sábado, maio 08, 2010

Impermanência

Eu, que já fui pedra, já fui elo
Já fui mar e já fui cera
Conto com o ar talvez a madeira
Mas já fui também tempo e zelo

Em alguma manhã já fui selo
Já fui choro de cera de carta que cheira
Essas mesmas sem eira e nem beira
Vastidão do vazio silêncio a cantá-lo

Um dia desses fui matreiro
Despi-me todo, quase por inteiro
E o vento, sabe-se bem passageiro

Levou-me tudo menos meu cheiro
E ali, no momento certeiro
Levantou-se perfume; era eu canteiro


Felipe Martins De Áries

-Janeiro de 2010, Paranapanema-SP

3 comentários:

Camila Fontenele disse...

Já se fue!
Tudo em um só, todos em um momento!

Belo.
Um beijo ;*

Hera disse...

Seus versos são encantadores, menino!

Unknown disse...

poxa, muito bom mesmo, ja tinha lido-o e achado q tinha compreendido, hj acho que o compreendi, mas com certeza ainda o compreenderei, mas por ora, lhe posso dizer q está ótimo o poema!