"Com calma, que cada palavra se leia lenta e vertente, como o sumo de um fruto doce que escorre de tanto desejo. Cada vírgula seja respeitada e também a falta desta que, representa, muitas vezes, a agonia do embalo e da saudade. Esses versos são entoados a uma rara Flor. É a canção que canto meio à Terra dos Sonhos quando na alta noite saio em busca de teus lúbricos perfumes, Flor."
À Bela e Singular, Acontecimento raro e único, Paula Tainar.
Corpo além; líricos seus olhos brilham
De uma paz singular tudo o que vive
Tudo que reside em meio o ar envolve
Rescende teu cheiro, e suaves seus risos soão
É uma dança que gira, cativa meu Ser
A substância que transborda e me lança
No infinito abraço de tua presença
A cada toque, cada gesto, o meu viver
Num conjunto de sentidos, no eterno
Quando me pego mergulhado a fundo
Somente tuas carícias tecem-me mundo
Eis os espaços constantes em que adentro
Um suspiro, a gota d’água, um soar terno
Toda a existência me leva a teu encontro
