sexta-feira, novembro 15, 2013

Talvez


Aqui, bem distante, volto a reger.
Esse é um corpo estranho!
Pesado de insano tamanho,
Porém tem um sonho que não pode ver...

Esse triste templo de ambigüidades,
Já gasto, já machucado;
E de tantas almas porto alado,
Perdeu-se da carne e descansa em saudades...

Chorou há uns dias, pobre alma!
Desgostou da vida por tédio a inércia alheia
E na descrença creu-se calculada calma...

Morre a cada pensamento a centelha
Profundamente deprimido, tal como suave,
Agoniza para, com serenidade, partir feito uma ave...