sexta-feira, janeiro 22, 2010

O Vento que Abre-se das Esferas do Espiritual

A criança pálida brincava
Suspensa no ar,
Como um balanço petrificado no tempo,
Seus movimentos, tênues, e prontificados,
Renasciam a um verso tão simples
Como o nascer da larva sobre a imobilidade.
Sem dizer uma palavra,
Contava-me que era a valsa dos ventos!
Uma inspiração das estações que contem os anos!
Mas para ela, balançando, tudo criava-se voando,
Um ciclo perpétuo de intensas vacuidades.
Seu sangue escorria, como uma nascente d'água
Sua cabeça, ao lado esquerdo lisa e em carne viva,
Deleitava seus sentidos com o soar das gotas caindo.
Ela piscava... tão devagar...
E a cada gota que descia por seu crânio imaculado
Nascia um anjo, todo feito de cismas do passado.


Felipe Martins De'Áries

-sábado, 02 de janeiro de 2010

2 comentários:

Unknown disse...

Oi Felipe,
Demorei um pouco para comentar...Acho que você está escrevendo cada vez melhor! Este poema é incrível! Sinto uma distante influência do Trakl, mas por outro lado é muito seu, me deixou perplexo, arrepiado, uma poesia "mediúnica", que flutua acima do tema, em direção as origens. Sem dúvida uma perigosa viagem da essência... Demais!
Obrigado por me mostrar mais essa obra-prima!

Martins De Áries disse...

Nossa! Obrigado Rivaldo!
Fiquei eu perplexo com seu comentário! Sua opinião conta muito pra mim, afinal de contas, é um mestre pra mim, na vida como nas artes, já que me mostrou que arte é a vida! Obrigado mesmo de coração!
E inspirou-me a escrever mais!!
Grande abraço Alma!